Como vocês já sabem, sou advogada e atuo mais na área cível e trabalhista.
Acho fascinante a área criminal, mas não tenho “coração” para atuar nesta área, acredito que quem decide atuar neste setor, por algum momento tem que esquecer de determinados valores em prol da defesa de seu constituinte, principalmente quando se trata de um culpado.
Bem, falando em área criminal, lembrei-me de um filme do qual gostei muito e que aborda a história de um jovem advogado, bem atuante na área criminal, que não mede esforços para defender seus clientes, mesmo que estes sejam culpados.
É um filme que envolve RELIGIÃO e DIREITO.
O ADVOGADO DO DIABO.
Título Original: The Devil Advocate
Gênero: Suspense
Origem/Ano: EUA/1997
Duração: 144 min
Direção: Taylor Hackford
Elenco: Keanu Reeves (Kevin Lomax)
Al Pacino (John Milton)
Charlize Theron (Mary Ann Lomax)
Jeffrey Jones (Eddie Barzoon)
Judith Ivey (Alice Lomax)
Connie Nielsen (Christabella)
Craig T. Nelson (Alexander Cullen)
Tamara Tunie (Jackie Heath)
Ruben Santiago-Hudson (Leamon Heath)
Debra Monk (Pam Garrety)
Laura Harrington (Melissa Black)
Delroy Lindo (Phillipe Moyez)
SINOPSE: Kevin Lomax (Reeves) é um jovem e muito bem sucedido advogado, é um homem de sucesso dentro e fora do tribunal. Um advogado de defesa que nunca perdeu uma causa, por pior que seja o crime cometido por seus clientes, não dando importância a eventuais chamamentos de consciência. O sucesso é notado e recebe uma proposta irrecusável para deixar a província, instalando-se em Nova Iorque numa poderosa firma de advogados dirigida por John Milton (Pacino). Mary Ann (Theron), a mulher de Lomax é a primeira a insistir que algo está errado, mas ele apenas se preocupa em vencer caso atrás de caso.
ANTES de decidi postar sobre este filme, fiz algumas pesquisas na internet, principalmente as críticas existentes sobre o mesmo, e percebi que na opinião de muitos, "Advogado do Diabo" é exemplo de bom filme. É tenso, é grandioso, é assustador.
Todavia, acredito que seja que isso, É REFLEXIVO.
Reflexivo, porque trás à tona discussões antigas do caráter do ser humano como livre arbítrio, vaidade, cobiça e desonestidade, assim como, também, nos desperta para uma reflexão sobre o mundo espiritual, a natureza da tentação, o confronto entre o bem e o mal, a ambição, o poder, o materialismo.
É um retrato do mundo em que vivemos neste final de milênio e aborda temas diversos como globalização, corrupção, ocultismo, incesto, religião, ambição, negócios ilícitos, etc.
Quando o filme chegar no seu final (excelente, diga-se de passagem) o espectador terá a impressão que presenciou uma aula sobre a natureza humana. E perceberá que realmente é impossível ficar indiferente ao filme. E isso já é, com certeza, um bom motivo para assisti-lo.
CURIOSIDADE:
O TERMO Advogado do Diabo é uma expressão da linguagem popular.
Antigamente, durante o processo de canonização pela Igreja Católica havia um Promotor da Fé (Latim Promotor Fidei), e um Advogado do Diabo (Latim advocatus diaboli), papéis desempenhados por advogados nomeados pela própria Igreja. O primeiro apresentava argumentos em favor da canonização o segundo fazia o contrário, ou seja, argumentava contra a canonização do candidato; era seu dever olhar cepticamente o processo, procurando lacunas nas provas de forma a poder dizer, por exemplo, que os milagres supostamente feitos eram falsos, etc.
O ofício de Advogado do Diabo foi estabelecido em 1587 e foi abolido pelo Papa João Paulo II em 1983. Isto causou uma subida dramática no número de indivíduos canonizados: cerca de 500 canonizados e mais de 1300 beatificados a partir desta data, enquanto apenas houvera 98 canonizações no período que vai de 1900 a 1983. Isto sugere que os Advogados do Diabo, de fato, reduziam o número de canonizações. Alguns pensam que terá sido um cargo útil para assegurar que tais procedimentos não ocorressem sem causa merecida, e que a santidade não era reconhecida com muita facilidade.
Hoje em dia o termo tem vindo a designar uma pessoa que discute a favor de um ponto de vista no qual não acredita, mas que o faz simplesmente para apresentar um argumento.
Tem tudo a ver com o tema abordado no filme em questão, tendo em vista que LOMAX (Keanu Reeves), embora saiba que seus clientes são culpados, defende um ponto de vista de que os mesmos são inocentes, e para isso utiliza de vários argumentos que acabam convencendo.

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