domingo, 26 de setembro de 2010

Mulheres em foco


É de conhecimento de muitos que eu adoro filmes baseados em histórias reais. Não importa se for drama, comédia ou ação, simplesmente adoro aqueles filmes construídos sob histórias que realmente aconteceram.
E quando estes filmes têm no elenco atores, simplesmente, brilhantes, ficam mais interessantes ainda.
Gosto de uma atriz em particular, não sou fã de carteirinha, mas todos os filmes que tem ela no elenco são perfeitos.
Falo de Meryl Streep, ela é simplesmente um espetáculo, atua bem em qualquer gênero de filme, seja em  Dramas -  Música do Coração de 1999, Leões e Cordeiros – 2007 e Dúvida de 2008 , em comédias como Terapia do Amor de 2005 e O Diabo Veste Prada de 2006, em musicais como Mama Mia – 2008 que é maravilhoso (baseado nas músicas do AABA).
Uma de suas atuações mais recentes foi em Julie & Julia do ano de 2009, filme baseado em duas histórias reais, o cinema misturado com a gastronomia.

título original:Julie & Julia
gênero:Drama
duração:02 hs 03 min
ano de lançamento:2009
direção: Nora Ephron
Elenco:
Meryl Streep (Julia Child)
Amy Adams (Julie Powell)
Stanley Tucci (Paul Child)
Chris Messina (Eric Powell)
Linda Emond (Simone Beck)
Helen Carey (Louisette Bertholle)
Mary Lynn Rajskub (Sarah)
Jane Lynch (Dorothy McWilliams)
Joan Juliet Buck (Madame Brassart)
Crystal Noelle (Ernestine)
George Bartenieff (Chefe Max Bugnard)
Vanessa Ferlito (Cassie)
Casey Wilson (Regina)
Jillian Bach (Annabelle)
Andrew Garman (John O'Brien)
Michael Brian Dunn (Ivan Cousins)
Remak Ramsey (John McWilliams)
Diane Kagan (Phila McWilliams)
Deborah Rush (Avis De Voto)
Helen Coxe (Dorothy De Santillana)
Erin Dilly (Judith Jones)
Mary Kay Place (Mãe de Julie)

SINOPSE: Julia Child (Meryl) mudou para sempre o modo como a América cozinha com o livro Mastering the Art of French Cooking (que ela coescreveu com Louise Bertholle e Simone Beck). Em 1948, porém, ela era apenas mais uma americana vivendo na França. O trabalho do marido levou-os a Paris e, com uma disposição incansável, ela buscou uma atividade para se ocupar. Cinquenta anos depois, uma outra mulher, Julie Powell, está frustrada com a sua vida. Prestes a completar 30 anos, ela trabalha num cubículo de uma repartição pública, enquanto suas amigas desfrutam de um sucesso cada vez maior. Julie então se agarra a um plano aparentemente insano para ter onde concentrar suas energias: passa exatamente um ano cozinhando todas as 524 receitas do livro de Julia Child enquanto assina um blog sobre a experiência.


"Julie &Julia" é um filme, num primeiro momento, sobre culinária, mais do que gastronomia. É sobre a arte de cozinhar e como isso interfere na vida das pessoas. Por arte de cozinhar, obviamente, entenda-se algo além de simplesmente fazer o almoço ou o jantar. 

Julia chega à França acompanhando o marido diplomata e não sabe o que fazer para matar o tempo, até matricular-se na famosa escola de culinária Le Cordon Bleu. Inicialmente, ela sofre discriminação, por sexismo e xenofobia, quando é instada a fazer parte das aulas para donas de casa.
Mas Julia, que não mede suas palavras, nem esforços, quer mais que isso. E vai parar numa aula onde, segundo a diretora da escola, os alunos são cozinheiros de navio. A personagem encontra o seu lugar não apenas no curso, mas no mundo.
O filme começa com uma cena emblemática, um episódio que marcaria a vida de Julia Child (1912-2004). Ao desembarcar em Rouen, com destino a Paris, no final dos anos 40, Julia (Meryl Streep) tem sua primeira refeição em solo francês: um linguado tão espetacularmente bem preparado, tão cheio de manteiga, que quase a levou às lágrimas.
Do outro lado do Atlântico, décadas depois, Julie Powell (Amy Adams) tem um emprego monótono, um marido carinhoso (Chris Messina) e uma vida tão sem sobressaltos que chega a ser exasperante. Profundamente entediada e desesperada para fazer algo diferente ela cria um blog batizado de Julie/Julia Project - na vida real, inaugurado em 2003.
Para levar a cabo o projeto, ela se dispôs a preparar as 524 receitas de Mastering the Art of French Cooking, a bíblia da comida francesa traduzida às donas de casa americanas por Julia Child, e registrar no blog suas impressões.
O filme intercala e entrelaça a vida de Julia (Meryl Streep) na França e a descoberta do que ela realmente gostava de fazer na vida, comer e cozinhar, com a vida, cheia de  percalços iniciais, até chegar ao sucesso do blog, de Julie (Amy Adams) nos Estados Unidos, apesar do tempo que as separa na realidade.
Pesquisando na internet sobre o filme descobri que a parte de Julia foi inspirada no livro de memórias My Life in France; a de Julie no livro Julie & Julia que começou como o blog citado aí em cima, em que a autora narra parte de sua vida, as delícias e os fracassos de tentar reproduzir alguns clássicos da gastronomia francesa, das receitas mais simples às mais trabalhosas, numa cozinha minúscula no Brooklyn.
Cabe aqui uma observação, embora a culinária se faça o centro de "Julie & Julia", alguns detalhes podem passar despercebidos.
No filme podemos destacar o papel e às conquistas da mulher. Não que o filme levante alguma bandeira feminista, mas ao falar de duas mulheres e de duas épocas, não deixa de comentar as mudanças pelas quais passou, ou não, a sociedade, especialmente a norte-americana.
Um grande diferencial do longa é que se trata de um filme sobre mulheres - mas elas nunca estão desesperadas atrás de um marido, como na maioria das produções hollywoodianas protagonizadas pelo sexo feminino. Pelo contrário, aqui, os maridos são apoios para Julia e Julie concretizarem seus objetivos e acharem o lugar no mundo.

Um grande filme, com ótimas pitadas de comédia e drama.

Julie & Julia é perfeito para assistir depois de uma bela refeição. Antes, não, porque certamente você vai ficar com fome. rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr


sábado, 25 de setembro de 2010

Cinema e Direito


Como vocês já sabem, sou advogada e atuo mais na área cível e trabalhista.
Acho fascinante a área criminal, mas não tenho “coração” para atuar nesta área, acredito que quem decide atuar neste setor, por algum momento tem que esquecer  de determinados valores em prol da defesa de seu constituinte, principalmente quando se trata de um culpado.
Bem, falando em área criminal, lembrei-me de um filme do qual gostei muito e que aborda a história de um jovem advogado, bem atuante na área criminal, que não mede esforços para defender seus clientes, mesmo que estes sejam culpados.
É um filme que envolve RELIGIÃO e DIREITO.
O ADVOGADO DO DIABO.
Título Original: The Devil Advocate
Gênero: Suspense
Origem/Ano: EUA/1997
Duração: 144 min
Direção: Taylor Hackford
Elenco: Keanu Reeves (Kevin Lomax)
Al Pacino (John Milton)
Charlize Theron (Mary Ann Lomax)
Jeffrey Jones (Eddie Barzoon)
Judith Ivey (Alice Lomax)
Connie Nielsen (Christabella)
Craig T. Nelson (Alexander Cullen)
Tamara Tunie (Jackie Heath)
Ruben Santiago-Hudson (Leamon Heath)
Debra Monk (Pam Garrety)
Laura Harrington (Melissa Black)
Delroy Lindo (Phillipe Moyez)
 
SINOPSE: Kevin Lomax (Reeves) é um jovem e muito bem sucedido advogado, é um homem de sucesso dentro e fora do tribunal. Um advogado de defesa que nunca perdeu uma causa, por pior que seja o crime cometido por seus clientes, não dando importância a eventuais chamamentos de consciência. O sucesso é notado e recebe uma proposta irrecusável para deixar a província, instalando-se em Nova Iorque numa poderosa firma de advogados dirigida por John Milton (Pacino). Mary Ann (Theron), a mulher de Lomax é a primeira a insistir que algo está errado, mas ele apenas se preocupa em vencer caso atrás de caso.

ANTES de decidi postar sobre este filme, fiz algumas pesquisas na internet, principalmente as críticas existentes sobre o mesmo, e percebi que na opinião de muitos, "Advogado do Diabo" é exemplo de bom filme. É tenso, é grandioso, é assustador. 
Todavia, acredito que seja que isso, É REFLEXIVO.
Reflexivo, porque trás à tona discussões antigas do caráter do ser humano como livre arbítrio, vaidade, cobiça e desonestidade, assim como, também, nos desperta para uma reflexão sobre o mundo espiritual, a natureza da tentação, o confronto entre o bem e o mal, a ambição, o poder, o materialismo.
É um retrato do mundo em que vivemos neste final de milênio e aborda temas diversos como globalização, corrupção, ocultismo, incesto, religião, ambição, negócios ilícitos, etc.
Quando o filme chegar no seu final (excelente, diga-se de passagem) o espectador terá a impressão que presenciou uma aula sobre a natureza humana. E perceberá que realmente é impossível ficar indiferente ao filme. E isso já é, com certeza, um bom motivo para assisti-lo.

CURIOSIDADE:

O TERMO Advogado do Diabo é uma expressão da linguagem popular.
Antigamente, durante o processo de canonização pela Igreja Católica havia um Promotor da Fé (Latim Promotor Fidei), e um Advogado do Diabo (Latim advocatus diaboli), papéis desempenhados por advogados nomeados pela própria Igreja. O primeiro apresentava argumentos em favor da canonização o segundo fazia o contrário, ou seja, argumentava contra a canonização do candidato; era seu dever olhar cepticamente o processo, procurando lacunas nas provas de forma a poder dizer, por exemplo, que os milagres supostamente feitos eram falsos, etc.
O ofício de Advogado do Diabo foi estabelecido em 1587 e foi abolido pelo Papa João Paulo II em 1983. Isto causou uma subida dramática no número de indivíduos canonizados: cerca de 500 canonizados e mais de 1300 beatificados a partir desta data, enquanto apenas houvera 98 canonizações no período que vai de 1900 a 1983. Isto sugere que os Advogados do Diabo, de fato, reduziam o número de canonizações. Alguns pensam que terá sido um cargo útil para assegurar que tais procedimentos não ocorressem sem causa merecida, e que a santidade não era reconhecida com muita facilidade.
Hoje em dia o termo tem vindo a designar uma pessoa que discute a favor de um ponto de vista no qual não acredita, mas que o faz simplesmente para apresentar um argumento.
Tem tudo a ver com o tema abordado no filme em questão, tendo em vista que LOMAX (Keanu Reeves), embora saiba que seus clientes são culpados, defende um ponto de vista de que os mesmos são inocentes, e para isso utiliza de vários argumentos que acabam convencendo.